Reinaldo

Em carta Michel Temer expõe racha com o Governo Dilma: ‘Não, a senhora não confia em mim e nem no PMDB’ | Assuntos de Goiás – Questão Brasil

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O vice-presidente Michel Temer encaminhou nesta segunda-feira à noite uma carta pessoal à presidente Dilma Rousseff onde expõe sua posição sobre o momento político que o país atravessa, marcado pelo pedido de impeachment contra ela. A informação foi revelada pelo blog do jornalista Ricardo Noblat.





Segundo o colunista Jorge Bastos Moreno, que trouxe em primeira mão um trecho em seu blog, a carta é duríssima. Nela, Temer contradiz a declaração da presidente de que confia nele: “Não, a senhora não confia em mim e nem no PMDB”. O vice relaciona uma série de fatos para provar essa declaração.

A amigos, Temer disse que enviou a carta para não precisar se encontrar pessoalmente com Dilma e ser vítima novamente de “arapuca” armada pelos ministros que tentam associá-lo à defesa contra o impeachment. Apesar do tom duro, peemedebistas dizem que a carta ainda não significa rompimento. Mas quem leu diz que é quase isso.

O vice-presidente enviou a mensagem antes de embarcar de São Paulo para Brasília em um jatinho da FAB. Apesar de Dilma ter dito à imprensa que tem confiança integral em Temer e que ele sempre foi fiel, a desconfiança da petista vem desde o início de agosto, quando Temer pregou o surgimento “de alguém” capaz de unificar o país.

Segundo aliados do peemedebista, Temer vinha enumerando uma série de motivos que demonstram que ele e Dilma nunca tiveram uma relação de confiança. O rosário de problemas vinha desde a escolha de seu nome para vice na chapa presidencial, em 2010, e seria exposto na próxima conversa entre os dois. Hoje à tarde, no entanto, o vice desistiu do encontro e resolveu enviar a carta.

— O espírito é o de rememorar a relação completa, relatar detalhes de qual é o grau de confiança — disse uma pessoa próxima ao vice.

Uma das situações que mais incomodou o vice foi, ainda no primeiro ano do primeiro mandato, quando foi ameaçado ao telefone pelo então ministro da Casa Civil Antônio Palocci. Temer relembrou aos aliados que Dilma estava no viva-voz enquanto Palocci determinou que ele demitisse o ministro da Agricultura, Wagner Rossi.

Temer também relatou incômodo com a falta de cumprimento de acordos por Dilma e da falta de participação efetiva na formulação dos projetos do governo. 

Disse a peemedebistas próximos que tudo sempre chegou a ele como um prato pronto. Outra situação a que Temer se referiu foi a aproximação que ele construiu com o vice-presidente americano, Joe Biden. E que quando Biden esteve no Brasil para encontro com Dilma, Temer sequer foi chamado por ela a participar da reunião.

Antes de embarcar para Brasília, Temer apresentou em São Paulo a cerca de 150 empresários o programa de governo formulado pelo PMDB para que o Brasil saia da crise. Em evento mensal da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio), para o qual já estava convidado antes da deflagração do impeachment, Temer falou por cerca de meia hora sobre as propostas de “Uma ponte para o futuro”.
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