Luis Gustavo Botto Maia, advogado que também representa o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), é apontado pelo Ministério Público do Rio como elo que unia diversas atividades da organização criminosa supostamente liderada pelo parlamentar. “Ele extrapolou todos os limites do exercício da advocacia e passou a atuar de forma criminosa, em cumplicidade com funcionários da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), para obstruir a atuação da Justiça mediante adulteração de provas”, escreveram os promotores.
O advogado, conforme o MP, também teria servido de intermediário do grupo para contatar o miliciano Adriano Magalhães da Costa Nóbrega, foragido depois de ser acusado pelo MP de liberar a milícia Escritório do Crime – que foi morto em fevereiro em confronto com a Polícia na Bahia. O Estadão procurou na sexta-feira, 19, o advogado – um dos alvos da operação de quinta, 18, que levou à prisão o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz –, mas não conseguiu localizá-lo.
O advogado é figura importante do grupo que gravita em torno de Flávio Bolsonaro. Ele atuou como advogado do parlamentar na campanha eleitoral de 2018, sendo um dos responsáveis pela prestação de contas do senador na Justiça Eleitoral, onde foi o autor do pedido de registro da candidatura. Botto Maia é também funcionário da Alerj desde julho de 2019.
Até abril, ele era chefe de gabinete da liderança do PSL. Após deixar a liderança, o advogado foi nomeado para o gabinete do deputado Renato Zaca (eleito pelo PSL e agora sem partido), como assessor parlamentar. Em nota, Zaca afirmou que Botto auxiliava na assessoria jurídica e parlamentar, mas será exonerado. “É um bom advogado, mas, diante dos fatos e medida judicial que determina o afastamento da função pública, será exonerado.” A exoneração ainda não foi publicada no Diário Oficial.
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