Reinaldo

O Vila Nova subiu, o Atlético continua sonhando e o Goiás ainda só depende de si para continuar na elite

Quando toco neste assunto as paixões clubistas afloram, Esmeraldinos, Rubro-negros e até Colorados não entendem o contexto do que estou expressando neste espaço. Não são raros os posts em que as pessoas demonstram o amor ao seu clube esquecendo na maioria das vezes que ele faz parte de uma engrenagem que precisa funcionar de uma forma harmoniosa, em que pese os obstáculos superados para que as vitórias obtidas sejam repletas de emoções e compensem toda a luta para se chegar a uma conquista maior e empolgante. As voltas do Vila Nova a elite do campeonato goiano e a série B do Brasileirão é ótimo para o clube e melhor ainda para os seus torcedores, mais vejo os acessos e sucessos do Tigrão como ainda mais vitais para o próprio futebol goiano que definha a cada ano que passa. futebol goiano 
Esse momento de euforia da torcida colorada não é inédito, já aconteceu outras vezes, o clube já teve outros momentos de reconstruções que como agora encheram de esperanças uma verdadeira nação que sempre acalenta o sonho de grandeza acreditando que de agora em diante a história será diferente que o Vila Nova não mais estará inferiorizado em relação aos seus adversários em Goiás. Uma nova luta contra rebaixamentos então, é algo que o torcedor não quer vivenciar nunca mais.

O momento é de festa colorada, mas os dirigentes precisam dar continuidade ao excepcional trabalho de reestruturação realizado em 2015, até para extirpar de vez um velho ditado imputado ao clube de que “o dia que o Vila Nova se organizar, ele acaba” e prolongar este momento de vitórias que tão bem faz a cidade de Goiânia e deixa no ar a promessa de que o Vila Nova estará em evolução no ano que vem, proporcionando ao campeonato goiano uma competitividade que há muito tempo não vemos no certame.

A rivalidade salutar entre as equipes pode dar um impulso nas montagens dos times desde o início do ano e promovendo uma grande competição dentro e fora de campo, uma vez que com equipes fortes na luta pelo título, a tendência é que os torcedores marquem presença nos estádios para acompanhar espetáculos de melhor qualidade do que foram apresentados nos últimos anos.

A atual diretoria do Vila Nova já mostrou competência e que está no caminho certo para trazer de volta o respeito que a falta de planejamento e vaidades internas roubaram do clube nas últimas décadas. Se o trabalho no time da Vila Famosa não cessar, se as vaidades não aforarem por lá o Vila Nova será sempre um dos favoritos as conquistas e com certeza terá seu modelo de gestão copiado pelos rivais, afinal de contas imagino que nenhum dos adversários vai se acomodar no sofá de casa para apenas assistir os dias de glórias do Tigrão. O habilidoso Guto Veronez precisa seguir a linha que trouxe o clube até aqui, pois o sucesso vai trazer receitas ao clube, dinheiro de TV e mais patrocínios, com eles vem também as vaidades de quem só aparece no clube quando a situação é boa, aqueles que nunca trazem nada de positivo, mas querem levar algo, aqueles conselheiros que sempre surgem para tumultuar e lembrar para quem está no comando que ele não é o dono do clube ou que eles tem planos ideias muito melhores para conduzir o destino do clube.

Correção, retidão e planejamento é o que tem sido demonstrado pela atual diretoria, seguindo este caminho o Vila Nova seguirá forte, competitivo e deixará a cidade com ar de felicidade após cada jogo da equipe. Trabalhando desta formam além de inspirar os rivais, Guto e sua diretoria poderão num futuro breve assumir a condição de um dos maiores dirigentes do futebol goiano, espaço ocupado há muitos anos por verdadeiros “monstros sagrados “, como Hailé Pinheiro e Valdivino de oliveira, tão aplaudidos quando tudo vai bem e quase sempre execrados quando algo dá errado.

Hailé ainda é hors concours no quesito eficiência, isso não impede que boa parte da torcida do Goiás sempre o mande passear nos momentos ruins do esmeraldino. Valdivino de oliveira e seus pares no Dragão também merece ter o seu lugar na galeria dos grandes dirigentes do futebol goiano, pois ele foi o grande comandante nos anos de ouro em que o Dragão também se reconstruiu à partir das cinzas, num momento em que poucos acreditavam que o clube pudesse recuperar o respeito no cenário esportivo brasileiro.

Histórias muito parecidas que foram escritas por homens íntegros que souberam conduzir o processo de reconstrução de seus clubes e mais do que isso, souberam administrar egos e conter vaidades exageradas que tendem a bagunçar planos e travar a evolução dos clubes na direção do sucesso. Tomara que o sucesso dos vilanovense contagie o Atlético na busca pelo G-4 da série B e o Goiás na fuga da degola na série A, mas apesar de torcer para que isso aconteça de fato, não vou esconder que adoraria ver as três equipes de Goiânia numa mesma divisão, imagino que poderia ser uma ótima experiência ver todos buscando um mesmo objetivo, contra os mesmos adversários, com “quase” as mesmas condições. Poderia ser muito salutar para o futebol Goiano, mas claro que o Goiás se mantendo na elite não diminui em nada o ímpeto de recuperação do Vila Nova e a bisca pela primeira divisão pelo Atlético que poderiam ter um norte para continuar crescendo.
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